Páginas

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Breathe - Parte 2




O amanhecer declarou que o resto da manhã seria gélida. A garoa fina caia lá fora. Puxei a coberta e me enrosquei na cama para saciar a minha fome de calor. Busquei o corpo de Freja para aquecer-me um pouco mais, entretanto descobri que ela já levantara.Venci a preguiça e escorreguei para fora da cama. Calcei a pantufa de coelho que Freja me dera, em seguida, vesti meu moletom cinza e rumei pelas escadas, escutando o tilintar dos talheres na cozinha.

- Bom dia, Mel! – Freja lançou-me um sorriso satisfeito e apontou para a mesa de café que ela arrumara. Sorri abobalhada. Ela jazia sentada sobre a mesa, trajando apenas uma calcinha.  – Fiz panquecas!

- Não estais com frio? – Perguntei dando lhe um beijo e sentando na cadeira mais próxima a ela.

- Já passei por frios piores! – Ela apanhou a camiseta (acreditei que havia tirado antes de eu descer ) e vestiu-a. Apanhei o prato de panquecas e comecei a comer. Freja me serviu um café fresco e acrescentou leite.

- Vou ficar mal acostumada assim! – Sorri. Freja me beijou os lábios. Suas mãos deslizaram pelo meu pescoço até chegarem  ao meu colo. Freja abriu lentamente o flash do meu moletom enquanto seus beijos não saciavam minha vontade dela. Acariciou meus seios e me puxou para que eu levantasse enquanto ela descia da mesa.

- Posso terminar meu café da manhã? – Perguntei, interrompendo nosso beijo e sorri. Ela já se livrava do meu moletom e acariciava minhas costas.

- Não! – Ela respondeu enquanto voltava a beijar-me. Tirei a camiseta que ela acabara de vestir. Sentei no balcão da cozinha e encaixei Freja entre minhas pernas. Enquanto ela puxava meu cabelo e eu arranhava suas costas, nosso beijo se tornou mais urgente. Senti os lábios dela descerem para o meu pescoço e minha pele ser mordiscada, chupada e acariciada. Meu corpo estremeceu enquanto todos os meus pelos eriçavam-se. Desci do balcão e forcei-a a deitar no chão enquanto eu me depositava sobre ela. Encaramo-nos durante alguns segundos e vi os olhos castanhos dela brilharem. Desci meus beijos pela sua barriga enquanto apalpava os pequenos seios dela. Desci minhas mãos e acariciei sua cintura. Encarei-a e vi que ela me observava. Voltei a beijar-lhe os lábios enquanto brincava com o elástico de sua calcinha. Freja parecia não querer esperar, muito menos, queria que eu assumisse o papel que sempre foi dela. Com quase nenhum esforço, tendo ela vantagem por ser mais alta, Freja depositou-se sobre mim e voltou a me beijar. Suas mãos arrancaram minha calcinha e seus dedos me invadiram. De repente, senti todo o ar se esvair pelos meus pulmões. Minha respiração ficou entrecortada, minhas unhas fincaram-se nas costas brancas dela e senti o êxtase se espalhar pelo meu corpo. Permanecemos ali, deitadas no chão frio, apreciando a companhia uma da outra. O silêncio pairava no ar. Nenhuma palavra precisava ser dita.

- Quer mais café? – Freja perguntou sorrindo. Gargalhei e me levantei.  Apanhei a xícara de café e o resto das minhas panquecas enquanto ela levantava-se e anunciava que ia tomar banho. Sorri e pensei na saudade que me possuía enquanto ela estava fora. Entre os devaneios de meus pensamentos, escutei as batidas na porta. Vesti minhas roupas e sorri ao ver que eu continuava de pantufas. Levantei e rumei até a entrada da casa me perguntando quem seria aquela hora da manhã. Ao me dar conta de quem era, minha expressão era de perplexidade. Ela não deveria estar aqui.

- Mel, eu precisava te ver! – Kate sussurrou, seus olhos verdes me encararam intensamente.

- Freja está aqui, pelo amor de Deus, vai embora! – Implorei enquanto fechava a porta, Kate me impediu.

- Só me diz quando eu posso vir! Quando eu vou poder ficar aqui com você. – Ela perguntou.

- Amanhã a noite! Freja vai voltar pra casa e buscará o resto de suas coisas!

- Então o que você me disse ontem pela manhã era verdade? Ela virá mesmo morar com você? – Kate me olhou com aquele olhar que fazia meu coração amolecer.

- Sim, virá! Mas continuaremos a nos ver! Amanhã, as 20 horas, aqui na minha casa. Não se atrase! – Segurei seu rosto e beijei-lhe os lábios. Em seguida, fechei a porta. A sensação de culpa já não existia mais.