O amanhecer declarou que o resto da manhã seria gélida. A
garoa fina caia lá fora. Puxei a coberta e me enrosquei na cama para saciar a
minha fome de calor. Busquei o corpo de Freja para aquecer-me um pouco mais,
entretanto descobri que ela já levantara.Venci a preguiça e escorreguei para fora da cama. Calcei a
pantufa de coelho que Freja me dera, em seguida, vesti meu moletom cinza e
rumei pelas escadas, escutando o tilintar dos talheres na cozinha.
- Bom dia, Mel! – Freja lançou-me um sorriso satisfeito e
apontou para a mesa de café que ela arrumara. Sorri abobalhada. Ela jazia
sentada sobre a mesa, trajando apenas uma calcinha. – Fiz panquecas!
- Não estais com frio? – Perguntei dando lhe um beijo e
sentando na cadeira mais próxima a ela.
- Já passei por frios piores! – Ela apanhou a camiseta (acreditei
que havia tirado antes de eu descer ) e vestiu-a. Apanhei o prato de panquecas
e comecei a comer. Freja me serviu um café fresco e acrescentou leite.
- Vou ficar mal acostumada assim! – Sorri. Freja me beijou
os lábios. Suas mãos deslizaram pelo meu pescoço até chegarem ao meu colo. Freja abriu lentamente o flash do
meu moletom enquanto seus beijos não saciavam minha vontade dela. Acariciou
meus seios e me puxou para que eu levantasse enquanto ela descia da mesa.
- Posso terminar meu café da manhã? – Perguntei, interrompendo
nosso beijo e sorri. Ela já se livrava do meu moletom e acariciava minhas
costas.
- Não! – Ela respondeu enquanto voltava a beijar-me. Tirei a
camiseta que ela acabara de vestir. Sentei no balcão da cozinha e encaixei Freja
entre minhas pernas. Enquanto ela puxava meu cabelo e eu arranhava suas costas,
nosso beijo se tornou mais urgente. Senti os lábios dela descerem para o meu
pescoço e minha pele ser mordiscada, chupada e acariciada. Meu corpo estremeceu
enquanto todos os meus pelos eriçavam-se. Desci do balcão e forcei-a a deitar
no chão enquanto eu me depositava sobre ela. Encaramo-nos durante alguns
segundos e vi os olhos castanhos dela brilharem. Desci meus beijos pela sua barriga
enquanto apalpava os pequenos seios dela. Desci minhas mãos e acariciei sua
cintura. Encarei-a e vi que ela me observava. Voltei a beijar-lhe os lábios
enquanto brincava com o elástico de sua calcinha. Freja parecia não querer
esperar, muito menos, queria que eu assumisse o papel que sempre foi dela. Com
quase nenhum esforço, tendo ela vantagem por ser mais alta, Freja depositou-se
sobre mim e voltou a me beijar. Suas mãos arrancaram minha calcinha e seus
dedos me invadiram. De repente, senti todo o ar se esvair pelos meus pulmões.
Minha respiração ficou entrecortada, minhas unhas fincaram-se nas costas
brancas dela e senti o êxtase se espalhar pelo meu corpo. Permanecemos ali,
deitadas no chão frio, apreciando a companhia uma da outra. O silêncio pairava
no ar. Nenhuma palavra precisava ser dita.
- Quer mais café? – Freja perguntou sorrindo. Gargalhei e me
levantei. Apanhei a xícara de café e o
resto das minhas panquecas enquanto ela levantava-se e anunciava que ia tomar
banho. Sorri e pensei na saudade que me possuía enquanto ela estava fora. Entre
os devaneios de meus pensamentos, escutei as batidas na porta. Vesti minhas
roupas e sorri ao ver que eu continuava de pantufas. Levantei e rumei até a
entrada da casa me perguntando quem seria aquela hora da manhã. Ao me dar conta
de quem era, minha expressão era de perplexidade. Ela não deveria estar aqui.
- Mel, eu precisava te ver! – Kate sussurrou, seus olhos
verdes me encararam intensamente.
- Freja está aqui, pelo amor de Deus, vai embora! – Implorei
enquanto fechava a porta, Kate me impediu.
- Só me diz quando eu posso vir! Quando eu vou poder ficar
aqui com você. – Ela perguntou.
- Amanhã a noite! Freja vai voltar pra casa e buscará o
resto de suas coisas!
- Então o que você me disse ontem pela manhã era verdade? Ela
virá mesmo morar com você? – Kate me olhou com aquele olhar que fazia meu
coração amolecer.
- Sim, virá! Mas continuaremos a nos ver! Amanhã, as 20 horas, aqui na minha casa. Não se atrase! – Segurei seu
rosto e beijei-lhe os lábios. Em seguida, fechei a porta. A sensação de culpa já não existia mais.
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