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sexta-feira, 25 de novembro de 2011


"Você foi a esperança nos meus dias de solidão,a angústia dos meus instantes de dúvida, a certeza nos momentos de fé"

(Paulo Coelho)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011


"Today the cold wind tore into my heart.

My eyes became more teary.
The memories in my mind fade a little more.


Everything seems just a little more sad."
YOU MAKE ME FEEL BAD.
Abandonada apenas com reflexos de vagas lembranças eu estava. A muito tempo, não permitia deixar que elas tomassem e invadissem o espaço seguro que tanto lutei para construir nas ultimas semanas. Tentei inutilmente afastar de mim as fontes que me devolviam sem pudor tamanho agravante dos problemas que me habitavam, mas a necessidade de sentir a presença de tal fonte me tornou fraca.

O sol já se despedia e deixava-se cair por trás das curvas montanhosas do horizonte. Pelas persianas da janela, adentrava seus ultimos raios que quebravam a penumbra instalada ali. Sobre a mesa, a cera da vela derretia conforme a chama lhe tocava. Sem lágrimas. O nó na garganta não estava atado. No peito, o coração pulsava e contorcia-se. O impulso de arrancá-lo sobreveio-me incontáveis vezes. Implorei para que minha cabeça assumisse o controle novamente. Perguntei-me em seguida se meu coração não cometeu o ato deplorável de persuadir minha cabeça a agir conforme ele desejava. Um complô milimetricamente planejado contra a minha sanidade mental.

Quando a escuridão se tornou maioria no cômodo, percebi o quão incorreta estava em permitir-me recordar tais acontecimentos. A sensação desagradável de perder o controle atingiu-me como um sopro. Meu eixo foi arrancado a força. A chama se apagou assim que sua fonte de vida derreteu por completo. Eu, completamente perdida no que estava instalado em mim, recolhi-me a um canto e permaneci ali, questionando apenas até quando deixaria aquilo me acontecer.

Busquei refúgio nas drogas que me foram receitadas. Arranquei forças no desejo intimo de abandonar aquele passado obscuro e repleto de complexidade. Acenei para situação  em sinal de despedida, mesmo sabendo que ela iria retornar. Implorei para que não fosse tão cedo.  

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Estranho estar no eixo. Ainda não sei conviver bem com a felicidade na qual fui contemplada.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Le Suicidal Feeling - Parte 5


Era manhã quando levantei com a indisposíção entranhada no corpo. Havia sido uma noite longa. A cama parecia lutar com o meu sono e travei incontáveis batalhas com os lençois para finalmente fechar os olhos e deixar que os sonhos me carregassem para longe dali. Enquanto eu dormia, o coração batia inquieto no peito.

A manhã esgueirou-se pelo céu ainda nublado de outono. Nesse dia, alguns raios de sol pediram passagem por entre as nuvens para atingir as janelas do meu quarto e banhou-me com um calor fraco. Peguei o celular e consultei a hora. O relógio marcava 7:30. Respirei fundo a ponto de quase rasgar os pulmões e me desvencilhei das cobertas que prendiam o meu corpo. Ainda sentia o efeito das doses de alcool que bebi na noite passada. Evitei encarar-me no espelho.

A higiene matinal foi feita automaticamente. Meu corpo agia sozinho enquanto os meus pensamentos rumavam de encontro a mesma imagem que vinha me assombrando durante as ultimas semanas que se seguiram. O nó foi atado em minha garganta, mas dessa vez eu não me permiti chorar. Deveras o tempo que escorreu pelas minhas mãos não podia ser disperdiçado. Havia tanta vida lá fora, por que eu passei a resumir a minha entre as quatro paredes do meu quarto?

Desci as escadas, um pé após outro, e decidi sair para contemplar-me com uma vaga caminhada matinal. A brisa fria acariciou meu corpo enquanto os finos raios solares tocaram-me numa saudação de boas vindas para a vida. As ruas, já habitadas pelas habituais pessoas que pulavam da cama assim que o sol aparecia, não estava deserta. Virei na esquina onde sabia ter uma padaria. Necessitava alimentar-me.

O lugar era aconchegante quando cheguei lá. Há muito tempo não me permitia ir ali e tomar um café sem a preocupação com os ponteiros do relógio que não estavam ao meu favor. Fui nas prateleiras a fim de apanhar algumas bolachas para acompanhar meu café.

Foi quando eu a vi.

Me perguntei se a conhecia até me dar conta de que era uma desconhecida. Os cabelos loiros e curtos estavam presos parcialmente. Estava submersa na dúvida de levar bolachas integral ou tracional. Enquanto isso, eu me rendia a observá-la por trás dos óculos escuros que me ocultavam as olheiras. Fingi apanhar algumas caixas de biscoito e o olhar dela se arrastou até mim. Me perdi por segundos no verde de sua íris, até seu corpo passar por mim e eu a ver indo embora. Meu olhar a seguiu até a saída da padaria.

Um sorriso esgueirou-se em meus lábios e eu já havia desistido de tomar o café. Paguei pelas bolachas, pedi um Cappucicno e rumei de volta para casa, ainda vagando as ruas com o olhar no intuito de encontrá-la. Voltei pra casa com o desejo intimo de reencontrá-la.

Isso não tardou a acontecer.