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sábado, 10 de setembro de 2011

Bring me to life



“Tudo havia ficado pra trás. E pra que? Para aventurar-me num corredor escuro sem saber se eu veria a luz no final dele. Meu único desejo era provar sensações sentidas à um tempo longínquo e que eu sentia falta.”

Levantar foi um ato de extrema dificuldade naquela madrugada. Não havia acordado, tampouco conseguido dormir. Preferi permanecer ali, imóvel e imersa em sensações quase dolorosas, porém, que me reviveram. Aquela sensação, que há tanto tempo não me habitava foi convidada a retornar. Não sabia ao certo se eu desejava desfrutar de sua companhia, apenas a acolhi.

As tão conhecidas lágrimas ressurgiram após tanto tempo de dolorida ausência. Busquei o número dele e liguei. Amparei-me no conforto de sua voz, aquela que me oferecia razão para permanecer no lugar. Estava tão fora de eixo. Conversamos sobre saudade e eu senti uma imensa vontade de perder-me em seu abraço reconfortante. Poderia ter passado o resto do meu dia em sua presença distante, mas o tempo nos impediu.

Os segundos viraram minutos. Os minutos viraram horas. As horas foram sendo engolidas pelo tempo e eu não receava em perdê-lo ali. Já não receava mais nada desde a minha decisão. Rendi-me apenas a aguardar a escuridão da noite invadir meu quarto e se misturar com o negrume instalado em meu interior. Desejava explorar meu íntimo. Provar cada emoção e afogar-me na intensidade de cada uma delas.

Aguardei ansiosa pelo cansaço, sentindo-o possuir meu corpo lentamente conforme minhas pálpebras pesavam. Aos poucos, fui apanhada pelo sono. Segundos antes disso, questionei-me se desejava acordar na manhã seguinte ou permanecer adormecida ali por toda a eternidade.




nota da autora: sabe quando você precisa muito fazer uma coisa para acalentar a si mesmo e consegue? finalmente.

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