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sábado, 27 de março de 2010

Please, don't leave me (Parte 2)


“Eu te amo”; a voz persuasiva dela pronunciou em meu ouvido antes de eu me entregar aquele sono profundo, totalmente vencido pelo cansaço. Envolvi seu corpo sinuoso num abraço, privilegiado em adormecer sentindo o perfume gratificante que seus cabelos me ofereciam. Tendo a prazerosa sensação de que ela era inteiramente minha.

Despertei do sono quando um raio solar atingiu meus olhos impiedosamente. Espreguicei-me e tateei lentamente a cama, necessitando ter contato com a pele macia dela, e percebendo que não estava mais em sua companhia. Seu cheiro ainda reinava em meus lençóis e confundia meus sentidos.
Levantei e chamei pelo nome dela, vendo minha voz se perder no silêncio da casa. Chamei-a de novo e, novamente, não obtive resposta. Uma sensação de angustia pairou sobre mim quando fitei o chão do meu quarto e vi que só as minhas roupas estavam ali. Me dei conta de que ela havia ido embora.
Recordei do que ela me dissera na noite anterior: ‘você não precisa de mim, acredite!’
Fui atingido por um choque de realidade e sem perder tempo, apanhei as minhas peças de roupa e as vesti.
Em três minutos, eu já mergulhava nas movimentadas avenidas, parando incontáveis garotas que tinham fisionomia semelhante à dela. Nem uma era ela; nenhuma delas era capaz de fazer meu coração palpitar precariamente e roubar-me a sanidade. Percorri todos os lugares que estivemos; estive no hotel que havia lhe hospedado durante a sua estada e me informaram que ela partira pela manhã.
Eu sentia como se tivessem ateado fogo no mundo, sentia a solidão voltando a aflorar em suas entranhas e corroer-lhe lentamente. E em meio às milhares de mensagens que deixei na caixa postal do seu celular, redigi um curto SMS, resumindo tudo que eu teria lhe dito se ela ao menos tivesse explicado seus motivos: ‘desculpe por não ter sido bom o suficiente pra você!’



Texto vazio; uma narração aleatória mentindo para o que eu penso acreditar.

terça-feira, 16 de março de 2010

Please, don't leave me! (parte 1)


Senti a água gélida eriçar os pêlos do meu corpo inteiro quando entrei embaixo do chuveiro. Apoiei minhas mãos na parede azulejada e criei a falsa esperança de que a água levaria com ela a dor e a frustração que envenenava meu coração. Frustração tão grande essa que me fazia acreditar merecedora de tudo que me afligia. Meu desejo de não chorar era em vão, meus olhos lacrimejavam furtivamente.
Sentei-me no chão, mantendo o chuveiro ainda ligado, e abracei meus joelhos tentando organizar meus pensamentos e tomar uma decisão que satisfizesse ambos os lados, mas tudo que eu consegui esclarecer foi que eu não seria mais nada sem a sua existência. Por mais que eu encontrasse alguma solução para nossos problemas, eu não seria capaz de deixá-lo.
Meus dedos já estavam incrivelmente enrugados quando decidi me retirar daquele banho demorado e por em pratica tudo que eu havia planejado naquele longo tempo. Desliguei o chuveiro, enrolei-me numa macia toalha branca e rumei de volta para o quarto. Abri lentamente a porta e fitei o corpo adormecido dele na cama a poucos metros de mim. Sorri sentindo mais uma lágrima explorar minha face.
Sem perder tempo, comecei a recolher as minhas peças de roupa que cobriam o chão do cômodo e vesti-las. Contemplei mais uma vez o rosto sereno dele e acariciei seus cabelos. Desejei mais do que nunca me infiltrar em seus sonhos e adormecer em seus braços. Selei a testa dele com um beijo calmo e fui até a porta.
Covardia, fraqueza e sofrimento. Esses eram os três sentimentos que me dominaram quando eu deixei a casa dele a passos apressados, decidida a protegê-lo de mim. O céu estava tingido de dourado devido ao sol que surgia no horizonte daquela cidade pontilhada de altos prédios. O sofrimento por ter deixado para trás um pedaço de mim, a fraqueza por ter deixado a história ser iniciada e a covardia por não ser capaz de suportar a dor de uma despedida.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Love Is Here

"Nossas digitais não se apagam das vidas em que tocamos"

Sentada na fria grama, eu fitava o céu azul por entre os galhos da arvore que me protegia dos raios fumegantes de sol daquela tarde ensolarada. Algumas folhas se desprendiam conforme o vento batia nelas; um vento morno que trazia a tranqüilidade que eu tanto necessitava.

A música calma infiltrava-se em minha alma enquanto a voz grave dele, o dono dos meus sonhos e dos meus pensamentos, sentado ao meu lado, pronunciava a letra da melodia em meu ouvido. Refugiei-me em seus braços enquanto ele roçava seus lábios sedutoramente em meu pescoço despejando um hálito doce, quente e persuasivo, algo que se assemelhava a um delicioso chá de canela.

Fitei seus olhos castanhos e acariciei seu cabelo macio; acreditei que nunca havia encontrado ninguém, em toda sua plenitude, que se comparasse a ele. Parecia incompreensível que alguém tão distante pudesse exercer tamanho poder sobre a minha consciência. Cheguei realmente a essa conclusão quando seu olhar encontrou o meu e eu me vi incapaz de articular uma só palavra.

O sol se escondia no horizonte, deixando o céu com uma magnífica coloração de laranja abóbora e roxo tristeza. Ergui-me rapidamente, limpando os vestígios de grama que ficaram presas no meu jeans. Procurei o olhar dele e notei que ele insistia em encarar os próprios pés. Passado o tempo em que o silêncio sepulcral da despedida caíra sobre nossas cabeças, ele envolveu minha cintura com os braços e uniu seus lábios aos meus num beijo calmo e tranqüilo, como se nós dois estivéssemos querendo eternizar cada segundo. Meu coração pulsava precariamente e eu sabia que o ar que me faltava era derivado da proximidade dele; seu corpo unido ao meu.

A vontade de permanecer ao lado dele gritava em mim, mas eu já tinha em mente que aquilo seria impossível. Minhas esperanças foram encerradas quando eu o vi se afastar lentamente de mim na direção contrária a que eu teria de tomar para voltar para casa. Aquele foi nosso ultimo adeus. A ultima frase da música foi cantada, acompanhada por uma lágrima que fugia dos meus olhos: “You are not alone, love is in here”






"He is teaching me

What love really means"



domingo, 14 de março de 2010

Stay away from me!


Dedicado a ele; aquele que detonou parte da minha vida.

Eu poderia preencher um livro só com o que eu odeio em você.
Poderia iniciar tudo o que eu tenho pra despejar em você pronunciando o quanto sua presença me incomoda, o quanto seu jeito me enoja e suas atitudes me causam repulsa.
Poderia jogar na sua cara todos seus erros e extinguir seus bons atos.
Derramaria em você todo mal que me causou e te devolveria meu ego estraçalhado.
Eu beberia o seu sangue e comeria a sua carne num verdadeiro ato de canibalismo só pra não ter de contemplar teu corpo morbido.
Eu detonaria sua vida asssim como você fez com a minha e faria você sumir da terra e desaparecer do universo.
Sentiria prazer em atear teu corpo ás chamas só pra me poupar de ouvir tuas palavras vazias de sentido.
Entretanto, creio que eu possuo uma compaixão avassaladora e um tempo curto demais para ser perdido mais uma vez com você.

[tentem não me julgar, obrigada.]

sábado, 13 de março de 2010

Good To You

Em meio aos deleites daquele fim de tarde, contemplávamos a bela paisagem diante dos nossos olhos. O sol se despedia de nós emanando os últimos raios, deixando assim a noite cair silenciosa. A brisa gélida acariciava minha face e entorpecia minha mente. Fitei o olhar calmo dele e seus lábios revelaram o sorriso gratificante que só ele conseguia exibir.
Deitei-me na grama macia que me envolveu, acolhedora. O rio corria devagar e eu tinha receio de quebrar aquele silêncio agradável entre nós. As estrelas emergiam discretamente sobre o céu enegrecido e eu senti as mãos dele procurarem as minhas timidamente. Segurei-as, sentindo o quão quente elas eram; ofereciam-me o conforto e a proteção ás minhas tão vulneráveis ao frio. Seus braços tomaram meus ombros; assim levantei e caminhamos a passos lentos até a cabana, onde o fogo da lareira crepitava a nossa espera e inquietava a penumbra instalada ali.
Eu procurava algumas palavras para dizer o quanto sua presença me fazia bem, o quão essencial ele havia se tornado para minha existência, mas rendi-me apenas a apreciá-lo.
A luz da lua começara a invadir o cômodo com uma tênue claridade azulada.
Iniciamos um diálogo sobre assuntos aleatórios e eu sentia suas palavras embaralharem meus pensamentos. Ele tinha o poder de confundir minhas idéias e me propor novas formas de enxergar o mundo. Apesar de tudo, ele me livrara da escuridão ambientada em mim.
[...]
O tempo correu sem aviso prévio e quando despertei de um sono tranqüilo, era uma manhã nublada de quinta feira. Não conseguia extrair lembrança alguma de como adormeci, deitada numa superfície macia, coberta com algo que possuía a estranha sensação de abraço. Ele me encarava agradavelmente, segurando uma caneca que exalava uma fumaça densa que esvairia pelo ar em espirais. Supus certeiramente pelo cheiro, chá mate. Dei conta da bebida quente em alguns segundos e levantei totalmente revigorada.
Ao pé da montanha, aquela cabana singela ficaria para sempre gravada em minha memória. Virei-me, já sentindo falta de todos os momentos que vivenciei. Surpreendi-me com a voz sedosa dele que sussurrou em meu ouvido: ‘voltaremos em breve’.

Para: ele.

Twilight

Imersos aos deleites de uma tarde abafada de quinta-feira, eu era privilegiada pela companhia dele. Era crepúsculo e a noite caia silenciosa sobre nós. Fitei o olhar calmo dele enquanto eu sentia algumas lágrimas fugirem furtivas dos meus olhos aflitos.
Fomos engolidos por uma penumbra densa, inquietada pela claridade tênue da rua lá fora. O céu enegrecido acima de nós nos presenteava com magníficas estrelas brilhantes e o cheiro de maresia invadia meu olfato aguçado. A brisa fria açoitava a folhagem das arvores que farfalhavam em protesto.
Suas mãos procuraram as minhas e seus dedos frios a envolveram calmamente. Busquei ao seu lado a razão pela qual continuar vivendo e a segurança em suas palavras que foram feitas especialmente para acalentar a escuridão ambientada em mim.
A fraqueza me atingiu e senti meu coração pestanejar, ser destruído por um devorador de sentimentos. Algo que não durou por um longo tempo porque ele estava ali; seu olhar cintilava esperança e seu sorriso esboçava uma confiança que eu nunca consegui manter em mim. Ele acariciou meu rosto com as costas da mão e secou mais uma lágrima fugitiva e egoísta.
Já era tarde quando nos erguemos e decidi tomar o rumo da minha vida. Seus braços me envolveram no abraço acolhedor e reconfortante. Sua voz pronunciou serenamente: ‘nunca de deixarei’.

Para: o que me devolveu a vida.

I'll be with you


Para: aquela que me devolveu a luz.

Eu caminhava sem pressa pela travessa deserta, sentindo a brisa violenta sussurrar nos meus ouvidos algo que eu não era capaz de compreender. A atmosfera fria iniciava um processo de congelamento das minhas entranhas e as nuvens densas não me pareciam capazes de carregar os pingos lívidos da chuva por muito tempo. Ela caminhava a passos lentos ao meu lado, exalando a proteção que eu precisava, ela era a luz que indicava meu caminho, eu era a sua mariposa ingênua totalmente entorpecida por seu brilho. Fomos engolidas pela escuridão repentina, seguida do temporal violento que lavou nossos corpos e que não abalou nossa calmaria. Ela segurou minha mão dormente de frio e me guiou para o abrigo que necessitávamos. Apesar de estar sempre quente emanando meu calor, eu tremia compulsivamente, totalmente encharcada enquanto a água escorria pelas minhas vestes, fugitiva. Seu abraço não tardou a chegar e foi a sua pele constantemente fria que me aqueceu, mesmo estando igualmente molhada. Eu transpirava exaustão e minhas pálpebras ficavam cada vez mais pesadas, meus joelhos estavam prestes a ceder e me fazer cair sem nenhuma cerimônia.

Alguns sobreviventes corriam pela rua lavada; fugitivos dos pingos furtivos e cheios de revolta que permaneciam a cair. Nenhum deles foi capaz de notar nossa presença, eram ignorantes demais para isso. Da janela lavrada de um prédio, uma velhinha observava o movimento, ou estava imersa nos próprios pensamentos. Esse é o poder que a chuva exercia sobre nós. Era capaz de lavar nossos temores e incentivar nossa busca por determinadas resposta. Fui surpreendida pelo olhar tranqüilo dela que me fitava com curiosidade. Eu fui incapaz de virar o rosto, tinha receio de quebrar aquela conexão tão poderosa que possuíamos.

Foi nos seu olhar reluzente que encontrei a paz roubada de mim; ela me devolveu a vida que eu já não era mais capaz de seguir. Ao seu lado, fui capaz de pronunciar-me sem o temor de ser censurada ou repreendida.

E foi ali que permanecemos; eu sendo aquecida por ela sem dar importância ao mundo a nossa volta. Em meio aos deleites, eu era privilegiada pela presença dela. Ali, pra mim, tudo bastava. Não sentia medo, sua voz me envolvia com as palavras que mais desejava ouvir: ‘tudo ficará bem!’.