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sábado, 13 de março de 2010

Good To You

Em meio aos deleites daquele fim de tarde, contemplávamos a bela paisagem diante dos nossos olhos. O sol se despedia de nós emanando os últimos raios, deixando assim a noite cair silenciosa. A brisa gélida acariciava minha face e entorpecia minha mente. Fitei o olhar calmo dele e seus lábios revelaram o sorriso gratificante que só ele conseguia exibir.
Deitei-me na grama macia que me envolveu, acolhedora. O rio corria devagar e eu tinha receio de quebrar aquele silêncio agradável entre nós. As estrelas emergiam discretamente sobre o céu enegrecido e eu senti as mãos dele procurarem as minhas timidamente. Segurei-as, sentindo o quão quente elas eram; ofereciam-me o conforto e a proteção ás minhas tão vulneráveis ao frio. Seus braços tomaram meus ombros; assim levantei e caminhamos a passos lentos até a cabana, onde o fogo da lareira crepitava a nossa espera e inquietava a penumbra instalada ali.
Eu procurava algumas palavras para dizer o quanto sua presença me fazia bem, o quão essencial ele havia se tornado para minha existência, mas rendi-me apenas a apreciá-lo.
A luz da lua começara a invadir o cômodo com uma tênue claridade azulada.
Iniciamos um diálogo sobre assuntos aleatórios e eu sentia suas palavras embaralharem meus pensamentos. Ele tinha o poder de confundir minhas idéias e me propor novas formas de enxergar o mundo. Apesar de tudo, ele me livrara da escuridão ambientada em mim.
[...]
O tempo correu sem aviso prévio e quando despertei de um sono tranqüilo, era uma manhã nublada de quinta feira. Não conseguia extrair lembrança alguma de como adormeci, deitada numa superfície macia, coberta com algo que possuía a estranha sensação de abraço. Ele me encarava agradavelmente, segurando uma caneca que exalava uma fumaça densa que esvairia pelo ar em espirais. Supus certeiramente pelo cheiro, chá mate. Dei conta da bebida quente em alguns segundos e levantei totalmente revigorada.
Ao pé da montanha, aquela cabana singela ficaria para sempre gravada em minha memória. Virei-me, já sentindo falta de todos os momentos que vivenciei. Surpreendi-me com a voz sedosa dele que sussurrou em meu ouvido: ‘voltaremos em breve’.

Para: ele.

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