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sábado, 13 de março de 2010

Twilight

Imersos aos deleites de uma tarde abafada de quinta-feira, eu era privilegiada pela companhia dele. Era crepúsculo e a noite caia silenciosa sobre nós. Fitei o olhar calmo dele enquanto eu sentia algumas lágrimas fugirem furtivas dos meus olhos aflitos.
Fomos engolidos por uma penumbra densa, inquietada pela claridade tênue da rua lá fora. O céu enegrecido acima de nós nos presenteava com magníficas estrelas brilhantes e o cheiro de maresia invadia meu olfato aguçado. A brisa fria açoitava a folhagem das arvores que farfalhavam em protesto.
Suas mãos procuraram as minhas e seus dedos frios a envolveram calmamente. Busquei ao seu lado a razão pela qual continuar vivendo e a segurança em suas palavras que foram feitas especialmente para acalentar a escuridão ambientada em mim.
A fraqueza me atingiu e senti meu coração pestanejar, ser destruído por um devorador de sentimentos. Algo que não durou por um longo tempo porque ele estava ali; seu olhar cintilava esperança e seu sorriso esboçava uma confiança que eu nunca consegui manter em mim. Ele acariciou meu rosto com as costas da mão e secou mais uma lágrima fugitiva e egoísta.
Já era tarde quando nos erguemos e decidi tomar o rumo da minha vida. Seus braços me envolveram no abraço acolhedor e reconfortante. Sua voz pronunciou serenamente: ‘nunca de deixarei’.

Para: o que me devolveu a vida.

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