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domingo, 25 de dezembro de 2011

Strong?




Ela acordou sentindo o cheiro dela, mesmo tendo ciência de que a garota que acabara de aparecer em seus sonhos declarando-se apaixonada não estava ao seu lado, tampouco pronunciara tais palavras.

Desistira de entender o porquê da presença dela em todos os seus sonhos obscuros. Incomodava o fato de ela se fazer presente em todas as circunstâncias de sua vida medíocre. Quando começou a relatar tal história, prometeu a si mesma que seria a ultima vez que escreveria com a imagem dela rodopiando em sua memória.

Nos ultimos dias, parei para observa-la. O coração continuava obscuro. O olhar ainda era vago, mas algo em seu interior mudara. Fora possuída por uma frieza que acumulou durante os meses de recuperação e de medicação controlada. Fez-se livre, mesmo tendo sua alma aprisionada. Ela não se tornou feliz (a felicidade é uma grande mentira para ela), tampouco permaneceu triste. Apenas preferiu manter-se distante de si apenas para não ter de se encontrar.

Sabe aquele cansaço que tanto relatei nos últimos meses? Foi ele que a motivou. Motivo-a a esquecer de procurar as respostas e apenas a viver. Aprendeu ela com as dores que até hoje não foi capaz de mandar embora porque sente que é aquilo que a mantém viva. Que amor incondicional é lindo, mas que não deve ser entregue a qualquer um. Que depois de todos os pesares, ninguém merece tal coisa de sua parte. Hoje, ela só ama a si e a sua família. O resto... é apenas resto.

Sobre a figura de seus sonhos, ela prefere não tecer mais comentários. Sente que, mesmo tendo as lembranças ainda aprisionadas em seu intimo e sabendo que nunca se livrará delas, elas as conserva. Talvez ainda precise das lembranças que a tornam fraca para se fazer mais forte.

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