terça-feira, 20 de abril de 2010
show me.
O salão estava repleto de corpos que se moviam conforme a batida da música lenta. Com passos vagarosos, eu caminhei em direção a multidão dançante buscando reconhecer a face das pessoas que mantinham um constante sorriso, seus rostos cobertos com luxuosas máscaras de baile. Ali que eu me encontrava, num majestoso baile de mascaras, cuja decoração assemelhava-se a um palácio de gelo. Vestidos decorados, cheios de anáguas. Mulheres bem vestidas transbordavam perfeição. Homens cortejavam-nas como pomposos pavões.
Adentrei mais ainda no baile, minhas mãos tremulas segurando a mascara que eu não estava disposta a colocar. Cada passo que eu dava, olhares de indignação perseguiam-me. Tentei ignorar os murmúrios que se seguiram minha atitude, a música havia parado e todos me encaravam. Fui fechada por um círculo humano.
Encarei aquela multidão; sentindo meu coração pulsar dentro do meu peito com uma força inexplicável. Segurei a mascara e depositei-a no meu rosto. A música voltou a bater freneticamente e, como numa hipnose, todos voltaram a dançar com a exceção de mim. Continuei ali, com minha face escondida, fingindo que estava tudo bem para os olhares vazios de todas aquelas caras ocultas.
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