Loucura; talvez esse fosse o sentimento que me possuía.
Duas semanas haviam se passado e minha espera por alguma melhora não tinha fim. O que antes me satisfazia ia perdendo a graça; inúmeras vezes eu caí nos braços de outras mulheres, nenhuma se comparava a ela.
Busquei refúgio nas altas doses de álcool, usufruindo da sensação que ele causava; sensação essa que moderava a saudade avassaladora que eu sentia dela.
Louco; foi assim que me chamaram quando, numa tarde de sexta feira, movido por uma idéia repentina, rumei de volta pra casa.
Abri a porta do meu apartamento e fui recebido pelo silêncio sepulcral que pairava no ar. Joguei minhas chaves em cima do sofá e caminhei até meu quarto. O cômodo transpirava solidão. Encarei a momentaneamente a cama vazia, os lençóis meticulosamente esticados, e desejei mais do que nunca vê-la deitada ali novamente. Ao que me parecia, seu cheiro nunca havia abandonado aquele lugar; permanecia ali, vivo como cada lembrança que eu mantinha dela.
Apanhei uma pequena mala de viagem e joguei algumas peças de roupa dentro dela, além de itens de higiene indispensáveis. Reuni todo o dinheiro que eu havia juntado durante meses e peguei o celular pra buscar informações com as que deleitavam de sua companhia.
Ouvi a voz aguda de uma de suas amigas atender e as palavras de apelo fugirem da minha boca. Eu necessitava apenas de um endereço. Não demorei a conseguir.
Ganhei o mundo; eu poderia percorrer milhas... Quando eu a encontrasse, tudo compensaria.
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