sábado, 27 de novembro de 2010
Courtesan - PARTE 6
domingo, 21 de novembro de 2010
Courtesan - PARTE 5
O cheiro de segredo me atingiu.
Acomodei a pulseira num cantinho da caixa que parecia só estar esperando-a. Em seguida, rendi-me a relatar os acontecimentos. Escrevi, com a caligrafia fina, tudo que necessitava expor. O quanto à felicidade havia me bombardeado após saber da reciprocidade do filho do duque. Passei minutos arranhando o papel com as declarações da mais bela noite que tive, guardando a carta juntamente com a pulseira em seguida. A caixa abraçou mais um de meus segredos. Permiti-me, após, aproveitar as horas de sono que ainda me restavam, desejando que Alaster me honrasse com sua presença em sonho.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Courtesan - PARTE 4
domingo, 31 de outubro de 2010
Courtesan - PARTE 3
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Courtesan - PARTE 2
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Courtesan - PARTE 1
domingo, 10 de outubro de 2010
Snow
sábado, 2 de outubro de 2010
amar?
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
tempo.
O mundo parecia não estar disposto a parar para que eu me recuperasse. Estava tudo certo por mim, decidi que não levantaria até segunda ordem. O sorriso doce que brincava em meus lábios há algumas horas atrás foi substituído pelo choro amargo e pelas lágrimas de sal. O mesmo mundo que se recusava a parar, parecia ter desmoronado sobre mim. Naquele momento, tudo parecia imperfeito, minha incapacidade floresceu e por mais que as tentativas fossem muitas, os resultados eram mínimos. Pensei em abandonar tudo. Meus sonhos, desejos, vontades, ideais e o que eu já havia conquistado.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
I'll take you there.
No one knows who we are there
Let's run away, I'll take you there.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
falling apart
Matar alguém não era uma tarefa fácil, tampouco promissora. Apesar disso, algo me dizia pra continuar na tocaia, aguardando o momento certo para atacar. Sentei naquele espaço sujo e encostei a Sniper no canto da parede, abri a garrafa de água e tomei dois goles. Era um final de tarde quente e a umidade do ar era baixa. Xinguei-me mentalmente por ter aceitado este trabalho. Fitei o céu por alguns minutos, mentalizando todas as instruções que recebi e me perdi na imensidão com colorações incríveis diante dos meus olhos. Sempre fui fascinada pelo cair da noite.
Despertei em míseros segundos com o som dos fogos de artifício que anunciavam a chegada da minha presa. Procurei no bolso da calça jeans a cigarreira azul petróleo -ganhei do meu avô aos meus dezessete anos. – e apanhei um Marlboro Medium. O acendi com o isqueiro que sempre carrego comigo – presente do meu avô também. – e traguei, soltando, em seguida, a fumaça branca e entorpecente no ar.
Uma multidão se aproximava junto com ele; todos o aplaudiam, o veneravam. Com um sorriso de canto, posicionei a Sniper com a eficiência que fui ensinada e com a sua aproximação vantajosa, atirei.
O caos foi instalado. A roupa branca dele agora se manchava de vermelho. Toda a segurança que foi estipulada para protegê-lo procurava o causador de tamanho alvoroço. Alguns corriam na direção dele e checava o tamanho do ferimento em sua têmpora esquerda. E eu, satisfeita com meu desempenho, saia tranquilamente da cobertura do prédio com a arma do crime pendurada nas costas.
E se me encontrassem? Ninguém nunca conseguiu esse feito. Eu não era uma qualquer, eu fui treinada para matar. Exterminar a pessoa certa ou não, a sangue frio ou não. Eu era paga. Aquele era meu trabalho. Entrei no carro e fugi com o sentimento de dever cumprido.
domingo, 22 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
good bye.
Tome o seu rumo, siga sua vida, não ouse olhar pra trás. E se você ousar olhar pra trás, que não me procure; eu não estarei no mesmo lugar que você me deixou. Com as mesmas intenções que as suas, seguirei a minha vida. Buscarei minha felicidade, encararei a vida, brigarei pela realização dos meus sonhos.
Foram bons momentos aqueles. Aqueles em que nossa ligação parecia nunca ser capaz de quebrar. Sorriamos da desgraça e encarávamos as dores que nos foram impostas. Promessas foram feitas e planos foram construídos. Coisas que não me arrependo e nem me arrependerei de ter feito. E diante de uma bela paisagem, você prometeu nunca me abandonar. O erro foi meu?
Então vá, tome o seu rumo, siga sua vida, não ouse olhar pra trás. E se você olhar pra trás, que não me procure; eu não estarei no mesmo lugar que você me deixou. Eu continuei com os pés descalços, caminhando por uma estrada solitária onde a única companhia que eu tive foi da minha respiração cansada. Em determinados momentos chorei. As cicatrizes não existiam mais, porém eu sentia falta da tua presença para acalentar minha alma.
Aqui estou eu, acenando meu ultimo adeus e deixando-te partir.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
please, leave me alone.
Minha mente perturbada implorava por descanso, mas eu não estava disposta a ceder aos seus apelos. Queria mantê-la ativa, recordando cada momento, cada palavra dita e não dita, cada lágrima chorada e cada ato não feito. E o rancor, a melancolia, a angustia; sentimentos esses que faziam meu coração arder em desespero. Eram pesos que eu não carregava há muito tempo, e que resolveram retornar para atormentar-me como antes. Mergulhei na mais profunda lembrança, aquela em que eu tentei extinguir minha vida e chorei. Recordei das palavras dele que pronunciaram seu desejo de estar ao meu lado e, em meio a lágrimas, sorri. Angustiei-me com a lembrança dos que permaneceram ao meu lado e da maneira como eu os estava ignorando há duas semanas, assim sofri.
Acendi outro cigarro e o fumei; desejei que aquilo me envenenasse de tal forma que fosse capaz de anestesiar todos os sentimentos que me bombardearam de uma vez só.
A noite caiu silenciosa e com ela vieram nuvens pesadas e cinzentas que presentearam a cidade com uma chuva torrencial. O céu chorava comigo. O vento começou a castigar e eu me perguntei se estaria tão frio lá embaixo quando estava ali, em meu apartamento, 23º andar, cobertura. Perguntei-me ao mesmo tempo o porquê de ter escolhido passar o resto da minha vida aprisionada naquela fortaleza.
Aquela era a minha história. Não existia uma donzela indefesa, muito menos uma bruxa má. Talvez eu fosse ambos as personagens. Um príncipe encantado não iria aparecer e gritar: “jogue suas tranças, princesa, e assim eu te libertarei”. No meu conto, não havia final feliz, tampouco um final trágico, como Romeu e Julieta. No meu conto, o final era imprevisível e complexo.
Abri a porta da varanda e entrei com a roupa úmida, mergulhando no meu maior medo: A escuridão. A partir daquele momento, o breu ambientado ali pareceu não mais me incomodar. Acreditei que tivesse se misturado ao escuro interior que me invadiu como um sopro nos últimos dias.
Fui despindo minhas roupas enquanto caminhava em direção ao quarto, deixando-as pelo caminho. Assim que cheguei, deitei-me na espaçosa cama que providenciei assim que me mudei para ali. Mesmo estando sem nada para cobrir minha pele, eu não sentia frio, embora, ansiasse por uma noite de sono.
Eu sabia que não ia conseguir o que desejava; sabia que em algum lugar da casa, meu celular estava tocando. Sabia também que o telefone convencional da minha casa também estaria tocando se eu não tivesse tirado ele da tomada. Apoiei minha cabeça no travesseiro, chorando mais uma vez e pensei. Relembrei, recordei e pensei mais um pouco. Seria uma longa noite.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
Vida.
Apoiei minha cabeça em seu ombro, roçando meu nariz em seu pescoço e sentindo o cheiro persuasivo do seu perfume, sendo invadida por uma sensação de satisfação e paz. Meu coração batia como nunca batera antes, pulsava com uma voracidade adormecida pelo tempo. Um sorriso brincava nos meus lábios enquanto isso acontecia; sorriso este, despertado pela felicidade que explodia em mim. Durante muito tempo, eu tentei ignorar tais sentimentos; enganando-me com o fato de achar que não necessitava de nenhum deles.
Puxei um pouco mais o lençol com o intuito de aquecer-me – entrava uma brisa fria pela fresta de janela aberta – me mexendo lentamente para não acordá-lo, fracassando um pouco e sentindo o braço dele, que envolvia meus ombros, puxar-me para encostar mais em seu corpo. Fiquei imóvel, vendo-o se acomodar novamente, acolhendo-me em seus braços. Encarei-o por alguns segundos e fechei meus olhos, com a sensação de que tudo estava completo e finalmente adormecendo.
sábado, 12 de junho de 2010
Hold On
Levantei naquela manhã com a mesma sensação. Passei as mãos sobre os cabelos e olhei ao redor, vislumbrando o quarto. Ele permanecia da mesma forma que eu havia deixado; o cheiro de cigarro Marlboro reinando no ambiente e as garrafas vazias de bebida, encostadas num canto do cômodo, refletiam a minha vontade de esquecer definitivamente o que ocorria. Levantei e arrisquei alguns passos em direção ao banheiro, desequilibrando-me duas ou três vezes e sendo obrigada a apoiar-me no móvel mais próximo. Abri a porta com dificuldade e entrei. Fitei minha face quadruplicada nos estilhaços do espelho do banheiro. Eu sentia os cacos que se desprenderam ferirem meus pés, e sem me importar, permaneci ali, imóvel.
A idéia de continuar vivendo percorria minha cabeça, apesar vontade de extinguir a minha vida não ter me abandonado. Tão viva era essa vontade que hesitei diversas vezes em apanhar um dos cacos do espelho e continuar a divina obra das linhas horizontais.
‘Divinas linhas, vocês irão me libertar desse peso’ pensei, fitando a iminência do meu trabalho na noite anterior. Abaixei lentamente e recolhi um caco afiado, cortante, mortal. Extasiada, meu olhar refletiu ali e a imagem dos que me acompanhavam surgiu em minha mente. Os momentos de prazer e felicidade, lembranças felizes que caíram sobre mim com um choque de realidade. Soltei o caco e ele se partiu em mais três partes. Cambaleei para trás e encostei na parede, arrastando-me até sentar no chão e encolher-me em posição fetal. As lágrimas não tardaram a chegar.
‘eu só desejo que passe, apenas isso!’ roguei.
sábado, 29 de maio de 2010
scars.
Frieza que me poupa, que me desperta,
Áspera, nutrida pelo sofrimento.
Frieza que busco, que temo, que procuro sentir,
Crítica, consistente, mortal...
És solução para o futuro que seguirei,
És resposta para o passado que desejo esquecer.
Desejo... desejos desejados...
Acalenta minha alma e alivia minha mente,
Deixa refletir meus pensamentos ocultos,
Suicídas, quentes, precários.
Invade-me completamente...
Inpulsione-me para a glória eterna que me aguarda.
sábado, 22 de maio de 2010
My scars are yours today
O sol se apagava lentamente no horizonte, banhando o mar com sua luz dourada e fazendo com que a água cristalina reluzisse ainda mais, honrando nossos olhos com tão majestosa beleza. Ela sorria enquanto conversávamos sobre qualquer coisa, talvez, só pra variar um pouco, o assunto fosse ele. Uma vez ou outra, fazíamos um comentário engraçado e riamos como não fazíamos há muito tempo.
Ela era uma das únicas pessoas capazes de extinguir a escuridão ambientada em mim; anestesiar a dor que corroia um pouco de mim todo dia. Durante tanto tempo, nossa amizade durou com uma força que eu nunca conseguiria descrever. Fitei seus olhos castanhos por alguns segundos e ela me abraçou carinhosamente, dizendo que nunca iria me abandonar.
Fui recebida por lembranças de uma infância agradável, no qual não tínhamos preocupações a não ser a de ser feliz. Onde os nossos tamanhos não influenciavam em nada quando nossa imaginação era tão extensa.
Enfim, o céu nos cortejou com um manto negro pontilhado de estrelas tão brilhantes quanto à áurea dela. Permanecemos em silêncio ali, escutando as ondas baterem nas pedras e o vento soprar em nossos ouvidos. Ali, permanecemos recordando acontecimentos passados de uma amizade que eu esperava não perder jamais.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
liberdade?
Do ridículo da vida, brotou toda a amargura que carrego. Tantos sonhos desfeitos, palavras não ditas... Foram tantas lagrimas choradas, horas perdidas, tempos gastos com o sofrimento sem sentido. Suas palavras não me machucavam mais, sua faca não me feriu, sua felicidade não me incomodou. Meu desejo intimo esvaeceu num sopro continuo que não me machucou, que não abalou minha calmaria e que não balançou minhas estruturas. Ao que aparentou, elas se firmaram com mais força, incapazes de cair. Aponto em sua direção, pronunciando meu clamor de liberdade.
“Finalmente, finalmente, finalmente!”
Olhei pela janela e vi, não chovia mais. Apanhei meu casaco e corri em direção a rua movimentada carregando comigo o sorriso que não aparecia há muito tempo. Talvez fosse um sorriso fingido, um reflexo da frustração que me consumiu e que estava evaporando aos poucos naquele momento. Fui atingida pela baforada de ar morno que sempre habita as ruas depois de uma tempestade. Pisei em algumas poças de água sem dar tanta importância, meu humor estava agradável o suficiente para que eu não me importasse. Era o fim da ditadura; minha vida havia sido devolvida.
Caminhei na direção da praia e logo pude sentir o cheiro da maresia que se misturava ao vento. Tirei meus sapatos encharcados e caminhei na areia molhada.
A brisa sussurrou em meu ouvido; intui que estivesse cantarolando comigo:
“finalmente, finalmente a liberdade!”